segunda-feira, 18 de julho de 2011

A estrela que me guia!!!



A minha pré-adolescência, não foi fácil, confesso.
Passei por uma grande perda aos nove anos quando meu pai partiu e deixou nossa família em miúdos de saudades.
Difícil também foi minha ligação com a religião.
Ser judia, para mim, era motivo de muitas dúvidas.
Pois essas dúvidas geravam muitas perguntas.
E essas perguntas eu não sabia responder.
A fonte onde eu bebia informações sobre minha religião eram as histórias contadas por minha avó que, por sua vez, fugida da Polônia na grande guerra, não se casou com um judeu ao chegar na Bahia.
O mesmo caminho seguiu minha mãe.
Ou seja, nasci de ventre judeu, mas não tive uma criação religiosa que seguisse rituais.
Dessa forma, vivia numa corda bamba ecumênica.
Cresci.
Mudei de Estado.
Anos depois, de país.
E foi justamente aqui em NY que, sentindo falta do meu lado espiritual e religioso, decidi ir atrás dos meus patrícios.
O destino já havia encaminhado alguns sinais.
E, aos poucos, eu tentava desvendá-los.
A minha primeira e grande amiga, judia. 
O médico que me ajudou numa difícil situação de saúde, judeu.
A pessoa que me alugou um bom lugar para morar, judia.
E pra finalizar, eis que surge em minha vida uma pessoa muito, muito especial que decidiu me instigar a resgatar contato com minha religião.
Não estou aqui querendo, de forma alguma, mostrar que essas pessoas são melhores do que outras.
Nada disso.
Mas elas apareceram em momentos muito representativos para mim.
Através delas enxerguei um passado que me pertencia.
E, foi numa conversa, que fiquei sabendo sobre um grupo formado por jovens onde todos os sábados "Shabbats" se reuniam para rezar, relembrar suas origens e agradecer pelo que são e pelo que tem.
O grupo chama-se MJE.
Manhattan Jewish Experience.
Fundado pelo rabino Mark N. Wildes em 1998 é uma referência para jovens, que assim como eu, possuem pouca ou nenhuma experiência com o judaísmo.
Jovens interessados em aprender.
Conhecer uns aos outros, à sua comunidade, e a história do seu povo.
Hoje, olhando pra trás, vejo minha avó contando com certa nostalgia, sobre sua vinda da Polônia com a família pequena. 
Seus pais, um irmão e uma irmã.
Tanto sofrimento e um recomeço que ela soube fazer tão lindamente.
Agora sei que não estou mais sozinha em NY.
Nem em qualquer lugar do mundo.
Hoje minha identidade está mais completa e com alicerces mais firmes.
Carrego com orgulho a minha estrela no coração.
E divido com vocês, a alegria de estar aprendendo mais sobre a minha história e da minha família.
Pra finalizar, deixo dois recados:
1-Obrigada a pessoa que, com doçura me apresentou aos meus novos amigos.
2- Mãe, acho que você vai ter que esperar mais um pouquinho pra me receber no Brasil.
Pois antes, vou até lá...
Lá em Israel agradecer por tudo.
Que a estrela de David brilhe no coração de cada um de vocês.
Com todo meu amor
Syl



13 comentários:

  1. que lindo Post Syl ... Vc é especial !!
    Deus é contigo.
    Shallom adonai :)

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  2. Linda é vc com essa doçura toda.
    Lindo é o seu nome que é o mesmo da minha mãe.
    Feliz em ter você por perto.
    Que bom te conhecer.
    Que Deus abençoe sempre a todos nós, flor.
    Beijinhos
    Syl

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  3. Franklin Mascarenhas19 de julho de 2011 às 05:48

    seus textos sempre rechaedos de fatos interessantes ... mucho bacana ... maravilha ...

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  4. O resgate das nossas origens, da nossa história é fundamental para nossa consciência de vida e nossa afirmação como pessoa, como cidadão, enfim, como ser humano. Que bom que você compreendeu isso sem nenhuma interferência nossa. Shalom e Mazal Tov, minha amada filha!!!

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  5. Aqueles que batalham para encontrar as próprias origens, e as encontram, sabem como é bom (delicioso) repassar suas histórias, tradições e culturas.
    Sinto pena dos negros que chegaram escravos e tiveram suas origens apagadas criminosamente.
    Nesse texto você ficou mais feliz!
    Lindo, lindo...

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  6. Obrigada, Ventura.
    Vc sempre presente e com agardáveis considerações a fazer sobre os textos.
    Grande beijo
    Syl

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  7. Sem brincadeira, eu AMO NY, sou professora de inglês há 7 anos e meu sonho é morar ai. Por um tempo... Mas não sei o que fazer, precisava de alguma indicação de trabalho, ai, não sei.
    Me sinto tão perdida. Pq não há ninguém aí que possa me dar uma ajudinha, sabe?
    Obrigada pelo incentivo!

    beeeijooos


    http://re-becah.blogspot.com

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  8. Flor, vamos trocar figurinhas.
    Lê um pouco dos osts do inicio do meu blog Outubro 2010 e vc vai entender tudo que passei.
    Toma um litro de coragem e vem.
    o que precisar de ajuda, respostas, farei o possivel pra te atender.
    Mantenha contato.
    Vou te seguir agora, viu?
    Beijinhos
    Syl

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  9. Syl, a história do seu povo é realmente muito bonita. Quando estive em NY fui a um museu (não recordo o nome) e me emocionei muito.
    Que bom esse resgate na sua vida!
    Bjss

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  10. É preciso chegar perto da essência para se entender e se fazer entender. Ao ficar mais verdadeira fica mais fascinante. Amei o texto! Bjs

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  11. Lindo Sylvia. Sei o que senti pois mesmo estando dentro, não conhecia o mundo que é o judaísmo e hoje, através de minhas filhas, venho descobrindo. Bjos e bom retorno às origens.

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  12. Marcia Pikelhaizen Camara10 de agosto de 2011 às 18:02

    Syvinha. O brilho dos olhos da linda matriarca Orenstein" D. Sara", e de minha amiga quando me contaram esse seu resgate, foi emocionante!Só posso acrescentar que judeu é ser(isso você sempre foi,) e não querer ser! Portanto, kol ha kavot la. E com certeza, sua origem tambem está feliz pelo seu retorno! Bjão.

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