sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Só passando pra entender....



Depois que minha roomate foi embora, mudei junto com minhas três malinhas, pra a casa de Ana Paula, uma amiga brasileira que conheci aqui no aniversário do Luciano Huck.
A Ana é daquelas pessoas adoráveis. De riso fácil e coração de mãe.
Acolhedora.
Uma festeira de marca maior.
Conhece os melhores lugares de Nova York.
Impressionante.
A minha sorte é que ela está trabalhando muito e sem tempo pra gastar nas baladas, o que me deixa mais quietinha e disposta a curtir o dia e os estudos.
Porque quem me conhece sabe que festa é comigo mesmo....Ou era?
Bom, isso é assunto pra outra história.
Então.... o lugar onde Ana mora é a duas quadras do World Trade Center.
Como diz meu irmão: "Ainda bem que você chegou aí com nove anos de atraso."
Ainda bem.
Todos os dias, impreterivelmente, tenho passado por lá.
Confesso que a sensação não é das mais agradáveis.
Não porque acho que a qualquer momento um avião virá chocar-se contra algum edifício.
Longe de mim!!!!
Mas a sensação ao passar pelos arredores é bastante incômoda.
As pessoas fingem que tudo voltou a normal, mas não voltou.
A confusão ainda existe.
O tumulto ainda é real, constante e visível.
O congestionamento por causa das obras é absurdo. 
E olha que isso já dura anos e, pelo que soube, vai continuar por mais alguns milhares de dias.
Bem, o que me parece, repito, o que me PARECE, é que nas duas torres o que foi sacrificado não foi a economia do país ou o andamento das bolsas de valores.
Não era a riqueza financeira simplesmente que estava lá.
Talvez nem fosse isso.
Maybe.
Mas a riqueza étnica.
O mundo estava nesse espaço verticalmente cosmopolita.
Foi isso que chocou.
Lembro que neste dia, senão me engano, uma quarta-feira, estava em casa assistindo tv no Brasil.
Depois do que vi não consegui sair a noite pra um aniversário.
Congelei.
Eu e milhões.... milhares.
Luto universal.
Interessante. Todo mundo lembra onde estava no dia dessa tragédia.
Pode perguntar.
Ela vai te dizer com minúncias de detalhes.
Em relação aos americanos, tivemos dó.
Eles sangraram.
Participamos do desespero. Do esforço em tentar salvar o mundo que estava desabando no dia onze de setembro de 2001.
E hoje o que percebo é que a grande lição pra todos têm sido aprender a conviver com essa dor diariamente e seguir em frente sem parar o passo.
O que obviamente não tem sido fácil.
Por isso eu insisto no ditado: Quem não cresce na dor, não cresce nunca.
 

Um comentário:

  1. A primeira vez q fui pra NYC foi 2 semanas depois d 11 de setembro.... a cidade ainda cheirava a cinzas.....

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