terça-feira, 26 de outubro de 2010

Metamorfose nova yorkina



O que me encanta nessa cidade é o fato de você poder ser quem você realmente é.
Ou não.
Quem sabe, o que você talvez gostaria de ser mas não é porque onde você está vários determinantes te impedem de ser.
"Ai meu Deus, Sylvinha tá viajando com esse negócio de escrever blog"
"Tô" não, vá por mim.
Deixe eu destrinchar as frases acima pra ver se consigo me fazer entender melhor. 
Aqui as pessoas não estão nem um pouco preocupada se sua roupa está amassada, se seu cabelo está com cinco dedos de raiz por fazer ou se você decidiu na hora do descanso tomar um sol no meio da praça sem aquele sapato apertado que te mata de dor.
Dane-se quem você é, de onde vem e o que faz da vida.
O que importa é que você assuma sua postura e mantenha ela até chegar em casa.
Particularmente, acho isso maravilhoso porque aqui aderi a isso facilmente.
No desenrolar do dia me transformo em vários personagens.
Começo a manhã como uma turistinha comportada louca pra conhecer museus e termino o dia como um cabide de roupas cheia de objetos nas mãos.
Porque?
Fácil, caro Sherlock. 
Enquanto as horas vão passando e o tempo vai mudando, meu comportamento vai mudando junto.
Se o tempo fecha um pouco e um vento frio bate no rosto, tiro uma echarpe e já protejo meu pescocinho.
Caso a temperatura insista em diminuir, saco da bolsa, um boné, e umas luvinhas para a aquecer.
Junto a isso, um cafezinho que aqui é servido num big copo que já toma conta de toda minha mão.
E se esfria mais ainda, não tem jeito, surge aquele casaco descombinado que me  transforma numa legitima nova yorquina.
Até eu acredito ter nascido aqui.
Juro.
Meu inglês fica fluente por osmose.
Mas se o contrário acontece, vou me despindo.
Arregaço as mangas.
Prendo os cabelos e as logas madeixas, que não é o meu caso, pois longas madeixas nunca tive.
E por fim, enfio o casaco na bolsa, que vira quase uma sacola de praia.
Isso sem contar a garrafinha geladinha de água na mão.
Nova York te aceita assim.
Como você é e como você quer ser.
Mesmo porque, ninguém vai pra casa pra trocar de roupa.
Todos se reiventam.
Por isso, segue um conselho:
Abra mão de antigos rótulos e use aquela boina ou aquela camiseta com brilho que você adora e nunca teve coragem de vestir.
A vida é uma só e os brechós adoram novos clientes.
Que tal visitar um ao invés de seguir eternamente moda?
Estar na moda é ter personalidade.
Take your time and be happy!!!!

5 comentários:

  1. Ai que delícia, ser livre para seguir o clima, a vontade, o coração, tudo menos as "tendências".
    Eu também acredito que você nasceu aí.
    Juro.
    Bjss

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  2. isso ai amiga!
    o que acho incrível ,é que certos brasileiros viajados chegam aqui no brasil depois de vivenciar isso td, e voltam a ser hipócritas, manés e ignorantes ...rs
    por isso te digo, a moda é o que nós sentimos , pois não existem tantas tops assim para ter que representar uma marca, eu só uso o que acho que é a minha personalidade, vestir a personalidade alheia, deixo p os que são fracos desta.
    ame a big apple, pois ela é tddddddddddd, só cuidado p não se desfocar, pois uma olhada errada já era ! rs
    bjssssssssss!

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  3. Duas pessoas de personalidade escrevendo sobre ter personalidade, aí a carapulça serviu.
    Isso é bom.
    Val e Claudinha, adoro a postura de vocês diante da vida.
    Se amem mesmo.
    E amem quem ama vocês....o resto, é o resto.
    Viva a diferença pois é com ela que a gente aprende.
    Em frente e AVANTE.
    Com amor,
    Syl

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  4. Well is New york way , valeu Sylvia big kisses

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  5. Viajar! Perder países!
    Ser outro constantemente,
    Por a alma não ter raízes
    De viver de ver somente!

    Não pertencer nem a mim!
    Ir em frente, ir a seguir
    A ausência de ter um fim,
    E a ânsia de o conseguir!

    Viajar assim é viagem.
    Mas faço-o sem ter de meu
    Mais que o sonho da passagem.
    O resto é só terra e céu.

    Fernando Pessoa, 20-9-1933

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